sábado, 7 de dezembro de 2013

Sentido do ridículo

O Futebol é, desde há muito, um “terreno” onde muita gente diz o que quer e outros tantos lhe dão ouvidos. A Imprensa, sobretudo a desportiva, dá ouvidos e, pior do que isso, serve de veículo transmissor a toda uma série de declarações sem tomar o cuidado elementar de saber se elas correspondem à realidade.

Ainda há dias aqui trouxemos o caso de António Carraça, entrevistado pelo Record sem que o jornalista tivesse o discernimento – ou a coragem? – para o confrontar com declarações absolutamente contraditórias que o ex-diretor do Departamento de Futebol Profissional do Benfica acabara de lhe fazer e que o jornalista transcreveu para os seus leitores. Enquanto cidadão e consumidor de jornais, considero que o jornalista não cumpriu a sua obrigação de informar o leitor.

No mesmo jornal, na edição de hoje, o treinador do Benfica B, Hélder Cristóvão, refere-se ao Sp. Farense, seu adversário desta tarde, realçando o seu poderio ofensivo. Tive a curiosidade de ir ver os números: a equipa encarnada marcou 39 golos em 18 jogos, média superior a dois, por jogo. O Sp. Farense nem metade marcou (apenas 19).

Provavelmente, nem Hélder Cristóvão, que respeito pela sua carreira de jogador, nem o jornalista (Valter Marques, neste caso) terão o sentido do ridículo? Ao jornalista, incumbia recordar ao treinador a realidade dos números, em vez de transcrever as suas declarações como se fossem uma verdade insofismável. O leitor mais incauto é enganado e fica com a sensação de que os algarvios são uma temível máquina de marcar golos…

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